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A reconstrução de uma empresa, peça a peça – O caso da marca Lego

Stephanie Carvalho

Da simples empresa criadora de brinquedos à gigante mundial de entretenimento para todas as idades, a Lego é um caso de sucesso e um bom exemplo para esta categoria. Hoje em dia ultrapassa as gigantes Mattel e Hasbro, mas nem sempre foi assim...

Criada na Dinamarca em 1932, às mãos do carpinteiro Ole Kirk Kristiansen, a Lego surgiu num contexto humilde e para sustento da família. A empresa viveu bons momentos nesta época, tendo-se distinguido de muitas outras marcas. A identidade e a missão da empresa surgiram na introdução lógica de “Inspirar e desenvolver os construtores de amanhã, permitindo às crianças aprender enquanto brincam, “jogando bem”.

No entanto, a meio da década de 90 as vendas da Lego começaram a diminuir. O mundo começava a tornar-se mais tecnológico e as crianças trocaram o velho brinquedo de madeira e de plástico pelas novidades digitais, como a Nintendo ou a Playstation, mas não só! A empresa estaria a produzir brinquedos, ou a ligar-se a outras marcas que nada tinham a ver com a lógica da Lego, ou seja, eram produtos que os consumidores não se identificavam, logo não compravam.

Sendo assim, perante este cenário, a marca teve que agir e apostar numa estratégia assente nas necessidades do consumidor e numa reformulação moderna da marca. Para isto, a Lego apostou numa comunicação estratégica que se revelaria brilhante. Os objetivos principais passaram por controlar custos, aumentar o crescimento da marca e um “regresso ao tijolo” como unidade básica e essencial para o modelo de negócio, ou seja, um regresso às origens. Apostaram, acima de tudo, em novas tecnologias e desenvolvimento do branding, para se poderem adaptar e responderem às necessidades do consumidor moderno e tecnológico. A Lego criou videojogos, lançou o filme “Lego, o filme” em 2014, planeou campanhas à volta de lançamento de produtos e de casos muito atuais (como por exemplo uma campanha sobre a igualdade de género) e desenvolveu a abordagem de resposta em tempo real nas redes sociais e nos conteúdos. Para além disto, a Lego soube ter uma atitude em relação a um público cada vez mais atento e ativo, criando uma plataforma onde os seus fãs poderiam propor novos produtos/novidades para a marca, o qual aproveitaram e foram mesmo criadas estátuas dos óscares em peças Lego, por exemplo, mostrando a marca a alinhar-se à cultura popular.

Assente numa nova estratégia comunicativa e original, o grupo viu reforçada a sua organização e consolidou-se no topo de preferências dos consumidores, estando já a ultrapassar os desafios mais recentes de globalização e digitalização de conteúdos mostrando, recentemente, grande aposta em aplicações móveis, nomeadamente para smartphones e tablets.

"Campanha lançada para as meninas, após uma “polémica sexista” sobre a marca apenas lançar brinquedos para o sexo masculino (2014) . Numa das campanhas mais recentes, “Keep building”, a Lego “alimenta” a igualdade de género.

Óscar em forma de Lego entregue, nesta imagem, à atriz Emma Stone (Óscares 2015).


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