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Será que podemos treinar a criatividade?

Arina Zhumasheva e Joana Sousa

A criatividade representa, nos dias de hoje, uma presença indispensável no quotidiano da sociedade moderna, sendo notável a sua repercussão no conhecimento de cada indivíduo, assim como os benefícios que lhe estão associados. Apesar do crescente interesse à volta deste conceito, ainda existem muitas dúvidas em relação à sua origem, sendo que a principal persiste: será a criatividade inata ou existem formas desta ser potencializada?

Segundo Amabile, existem três características fulcrais que, em conjunto, modelam a criatividade:

1. Estilo cognitivo flexível

Quando estamos a praticar uma nova aptidão é importante não só refletir acerca do que aprendemos no momento, mas também aquilo que esse conhecimento nos traz aplicado em diferentes contextos. Por exemplo, quando uma criança aprende a tocar piano é essencial analisar se as melhorias nas suas capacidades motoras se aplicam a outras atividades para além daquela e se esta realmente está a tirar partido do conhecimento existente. Desta forma, a criança desenvolve uma flexibilidade que lhe permite aplicar o que aprendeu nos diferentes contextos do seu dia a dia.

2. Domínio de determinadas competências

Para a maioria das pessoas, a criatividade é como uma faísca repentina que surge em determinado momento. No entanto, o conceito de criatividade vai muito para além dessa ideia, sendo que para a sua obtenção são necessárias as bases da sua constituição, nomeadamente tempo e esforço. Para isso, é essencial que haja uma vontade intrínseca de fugir da zona de conforto, de ultrapassar limites e fazer o que anteriormente era impossível.

3. Motivação

Uma vez que o processo criativo requer um grande investimento de tempo e energia, a motivação é vista como um fator chave que, dependendo da mentalidade de cada individuo, ajudam no desenvolvimento de pensamentos e ações criativas. Segundo Carol Dwek, existem dois tipos de mentalidade: a mentalidade fixa e a mentalidade incremental. A mentalidade fixa é composta por pessoas que acreditam que nasceram com potencial numa determinada área. Por outro lado, a mentalidade incremental é caracterizada pela crença de que as capacidades de cada indivíduo podem ser desenvolvidas com esforço e prática.

Deste modo, as limitações dos indivíduos com uma mentalidade fixa não lhes permitem evoluir, ao contrário dos indivíduos com uma mentalidade incremental, que têm uma maior probabilidade de serem bem-sucedidos por meio de diferentes estratégias e de abordagens alternativas.

Quer saber qual o seu tipo de mentalidade? Descubra aqui.

Nota: Esta publicação insere-se na rubrica "Ciência da Criatividade", espaço onde se procura perceber de que forma a criatividade pode ser explicada através da ciência. Todas as publicações têm como base o livro "The Cambridge Handbook of the Neuroscience of Creativity".

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