Neste post, esclarecemos alguns mitos e verdades relacionados com a atividade do corpo humano, com os seus sistemas e com o impulso da criatividade, segundo o artigo “Homeostatis and the Control of Creative Drive”, do livro “The Neurosciense of Creativity”. Entre outras coisas, o estudo afirma que a criatividade depende da motivação - alta, mas não muito alta, depende do contexto. O artigo conclui que pesquisas futuras devem desenvolver técnicas para que os indivíduos possam mudar rapidamente os níveis de motivação a cada tarefa ou dia. Descubra mais:
1. O impulso criativo tem ligação com o cérebro. VERDADE!
A criatividade é reforçada pelo aumento do uso de todo o cérebro. O impulso criativo é uma função biológica do cérebro e as forças físicas que afetam a motivação moldam a criatividade. Os neurónios têm uma relação com a criatividade, assim como a química do cérebro. As redes no córtex cerebral ativam-se durante diferentes habilidades criativas.
2. A motivação criativa está exclusivamente no campo psicológico. MITO!
A motivação criativa também tem influência física. Por exemplo, uma palavra encorajadora de um coach oferece um impulso na motivação criativa de uma estudante (psicologicamente e biologicamente – pelas ondas sonoras e como ela recebe isso no seu sistema auditivo, que influencia a produção de dopamina). Contudo, a mesma palavra encorajadora pode ter um efeito menor noutra estudante que usa medicamentos para enxaquecas, sendo que estes bloqueiam a dopamina, agindo negativamente na motivação criativa. Na área da neuroquímica, vê-se que a motivação é estimulada por neurónios subcorticais, que enviam dopamina, serotonina e norepinefrina para o córtex.
3. É possível controlar a excitação criativa sem medicamento. VERDADE!
Pessoas que trabalham usando computadores, por exemplo, podem combater a fadiga com um breve acesso a um website estimulante, como uma determinada rede social ou um jogo online. As mesas com esteira são uma alternativa que pode criar um nível estável de excitação, aumentando a criatividade. Mudando a velocidade ou a inclinação, o nível de excitação pode alterar para se adequar a diferentes tarefas. Tal exercício inicia o processo de formação de novos neurónios, o que beneficia a cognição humana.
4. As drogas impulsionam a criatividade em seus usuários. MITO!
Segundo o artigo, as drogas diminuem a criatividade. Alucinogénos, por exemplo, afetam o conteúdo das ideias criativas. Embora os usuários da cannabis defendam que a droga aumenta a criatividade, os seus efeitos agudos incluem a redução do controlo inibitório e consequências no pensamento divergente. Estudos sobre o ópio revelam que o estímulo da criatividade é um mito. O uso de álcool (substância sedativa) pode causar a morte de células cerebrais mesmo em doses moderadas, prejudicando vários aspetos da cognição.
5. Para ser mais criativo, durma e faça atividade física. VERDADE!
Sólidas pesquisas garantem que o sono, principalmente o REM (fase do sono em que temos os sonhos mais intensos), aumenta a criatividade, estimula as redes associativas e beneficia o trabalho criativo. O exercício regular também pode aumentar a criatividade. Para aumentar a motivação e estimular a criatividade existe a necessidade tanto de sono como de exercício.
Nota: Esta publicação insere-se na rubrica "Ciência da Criatividade", espaço onde se procura perceber de que forma a criatividade pode ser explicada através da ciência. Todas as publicações têm como base o livro "The Cambridge Handbook of the Neuroscience of Creativity".