Muitas vezes, quando ouvimos falar de Responsabilidade Social Corporativa, concentramo-nos apenas na ideia de que algumas empresas adotam iniciativas verdes para dar uma cara nova e confiável à sua marca. No entanto, a competição entre empresas que querem abraçar a sustentabilidade tornou-se considerável e, inesperadamente, parece que a autenticidade, transparência e criatividade se revelam mais recompensadoras do que uma estratégia vazia.
Já ouviram falar da empresa que não quer que as pessoas comprem os seus produtos? Falo-vos da Patagónia, uma marca de roupas para uso ao ar livre, que parece ter adotado uma estratégia que abraça totalmente a RSC, apresentando uma dinâmica original e inovadora. Durante a maior parte da sua existência, a empresa compromete-se com uma direção mais sustentável da indústria, considerando as suas ações não como uma forma arbitrária de filantropia corporativa, mas como um dos seus custos comerciais padrão. Em 2011, a Patagónia lançou uma série de anúncios anti-marketing que anunciavam "Não compre nossas jaquetas!", coincidindo com o Black Friday.
A sua mensagem anti consumista procurava persuadir os consumidores a não comprar mais produtos para além dos absolutamente necessários para o seu estilo de vida ou para o meio ambiente.
Pediam aos consumidores para pensar antes de fazer uma compra, desencadeando um debate sobre essas questões e incentivando os seus clientes a considerar os efeitos do seu consumo. Um desperdício que pode ser eliminado graças ao serviço oferecido pela própria marca, que percorreu os Estados Unidos numa caravana de alfaiataria, acolhendo, ajustando ou trocando peças antigas da marca.
Os próprios consumidores são o centro das atenções e reconhecem que o seu compromisso com a sustentabilidade não é apenas parte de uma estratégia de marketing, mas uma jornada real, ao lado da empresa, em direção à sustentabilidade.
Uma iniciativa semelhante também foi adotada pela H&M, que em 2013 solicita aos seus clientes para trocar roupas usadas por cupons para compras futuras. Além disso, a marca está comprometida em criar uma coleção de peças de alta qualidade e ecológicas a cada ano, e promete que até 2020 todo o algodão da linha virá de fontes sustentáveis.
Neste mês, a Adidas revelou que vendeu mais de um milhão de pares de sapatos feitos de resíduos plásticos oceânicos. Estes sapatos usam um fio obtido através da transformação de resíduos plásticos flutuantes num polímero que pode ser usado para produzir tecidos de calçados. Cada modelo usa uma média de onze garrafas plásticas para cada par, usando plástico reciclado nas cordas, no tecido externo, no revestimento do calcanhar e no forro em contato com a meia.
A Allbirds, conhecida por seus modelos confortáveis feitos de lã, colocou no mercado calçado feito com fibras de eucalipto. Além disso, os laços de um par de sapatos são criados graças a uma garrafa de plástico reciclada e que todas as suas embalagens são feitas de papel reciclado.
A Nike não está muito atrás nesta corrida pela sustentabilidade. Muitas das suas coleções são em couro ou em tecidos derivados de petróleo, mas um novo material já desenvolvido recicla as fibras de couro, combinando os resíduos de couro entre si. Já criaram dois novos tipos de materiais reciclados: Flyknit e Nike Grind. O slogan é “Mais com menos. Impossível? Nem um pouco.”