Festa dos Santos Populares de 12 para 13 de junho – Santo António em Lisboa
A comemoração de Santo António em Lisboa é uma festa com grande animação, em que o povo sai à rua dos bairros populares para comer, beber e divertir-se, com arcos, balões e, claro, os manjericos. Em Lisboa, as marchas populares de cada bairro desfilam pela Av. da Liberdade, enchendo-a com centenas de figurantes, música e pessoas. É uma festa que tem grande destaque em Alfama. Nos largos e vielas medievais, come-se caldo verde e sardinha assada, canta-se e baila-se noite dentro. Outro momento alto é a procissão de Santo António, que no dia 13 sai da sua igreja, situada em Alfama.
Relativamente às sardinhas que tanto se falam nesta época… Esta pode ser gorda e suculenta, a pingar no pão, ou gráfica em cartazes. É a nossa Sardinha que, apesar do aquecimento global e das rigorosas pescas, inunda Lisboa no quente mês de junho.
Entre as milhares de propostas recebidas no concurso público que a EGEAC organiza todos os anos para ilustrar sardinhas – só em 2016 foram cerca de 9 mil –, um concorrente parece ter, nos últimos anos, uma fórmula secreta para triunfar no concurso.
A sardinha é o ícone dos santos populares que sintetiza uma das presenças marcantes e habituais dos arraiais. Com esta brincadeira do concurso da EGEAC o seu design tornou-se algo idealizado, configurado e elaborado. Toda a envolvente do design de cada uma das sardinhas tende a contar uma história que os seus criadores pretendem conseguir transmitir com as obras de arte que desenvolvem. O design e reprodução destas sardinhas têm um objetivo expressamente comunicacional. E no caso de Alberto Faria a comunicação foi tão boa que arrecadou três prémios.
Alberto Faria é designer e teve três sardinhas premiadas nos concursos de 2013, 2014 e 2015. As suas sardinhas não apresentam metáforas originais, apenas revisitam situações bem conhecidas da cidade lisboeta.
A sardinha de 2013 relata a sua encosta do castelo, o manjerico, a gaivota, o candeeiro e o mar, sendo um prodígio de composição bastante completo. Já a surpreendente geometria da sardinha quiosque de 2014, é mais uma imagem da simplicidade lisboeta.
Em 2015 esmerou-se com o Santo António, em que este aparecia com o abanico na mão, a olhar para o fogareiro onde se assam as sardinhas.
Alberto Faria considera que «o meio é a mensagem», para ele a história não interessa, o que interessa é como a história se conta. E assim consegue traduzir uma mensagem clara e um grafismo contemporâneo.